Tradução — Todo mundo é lindo e ninguém está excitado
Ação moderna e filmes de super heróis fetichizam o corpo, ao mesmo tempo que o dessexualiza
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Esta é uma tradução do artigo “Everyone is Beautiful and No One Is Horny”, de R.S. Benedict, publicado originalmente em 14 de fevereiro de 2021.
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Quando Paul Verhoeven adaptou “Tropas Estelares” no fim dos anos 90, ele sabia que estava prevendo o futuro? A infinita guerra deserta, a onipresença da propaganda militar, um rosto feliz clamando vitória enquanto mais corpos são empilhados?
Mas a cena que talvez tenha impactado mais a mente das crianças noventistas — e a cena que melhor antecipou nossa atual era cinemática — não mostra falhas ou armas. É claro que é a cena do chuveiro, quando nosso herói soldado e uma mulher aproveitam um ritual comunitário de higiene.
Na superfície narrativa, é idílico: harmonia racional, equidade de gênero, uma unidade atrás de um mesmo objetivo — e claro, bundas e peitos perfeitos e ousados.
E então, as personagens falam. O tópico da conversa? Serviço militar, claro. Uma se alistou para benefícios da carreira política; outra se juntou com a esperança de receber sua licença para reproduzir. Outro fala sobre o quão deseja matar o inimigo. Ninguém olha para o outro, ninguém flerta.
Um lugar cheio de corpos lindos e todo mundo está com tesão para a guerra.
[Curiosa essa observação, já que Verhoeven era notório pelos seus filmes com extrema carga sexual e manipulação do sexo na mise-en-scène, como “Institito Selvagem”, de 1992 e “Showgirls”, de 1995]
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No começo dos anos 2000, houve um breve período onde as atrizes fingiam que sua magreza era natural, quase acidental. Celebridades magras confessavam seu amor por hambúrgueres e batatas fritas em revista; modelos ao serem entrevistadas em perfis, engajadas no consumo de massa; protagonistas faziam piada sobre quão pouco se exercitavam e como detestavam. Tudo mentira: ninguém se parecia daquela forma sem restrição calórica. Nós sabíamos na época e sabemos agora.
Não fingimos mais. Os ciclos promocionais de blockbusters incluem agora descrições detalhadas dos regimes saudáveis do elenco. Nós vemos atores fazendo burpees ou balançando cordas com personal trainers caríssimos. Há algumas menções sobre dietas, mas nada detalhado — e sem menção aos esteróides ou outros suplementos hormonais, mesmo que atores, repentinamente, publiquem selfies super-musculosas no Instagram, sugerindo um físico criado a partir de ajuda química.
Atores estão mais fisicamente perfeitos do que nunca: inacreditavelmente em forma, absurdamente muscular, com cabelos penteados, queixos largos, intervenções cirúrgicas impecáveis e uma pele sem defeitos, apresentados em roupas de super herói que valorizam a forma física, com a obrigatória cena sem camisa, com o objetivo de mostrar o abdômen definido e peito ondulante.
“Até os extras são bonitos, ou inofensivamente sem graça. Ninguém é feio, ninguém é realmente gordo. Todos são bonitos”.
E isso não é só o protagonista e seu interesse amoroso: personagens de apoio também aparentam essa forma e até mesmo vilões (frequentemente criados sob formas monstruosas) ainda são interpretados por elencos atrativos. Até os extras são bonitos, ou inofensivamente sem graça. Ninguém é feio, ninguém é realmente gordo. Todos são bonitos.
E mesmo assim, ninguém está excitado. Até mesmo quando fazem sexo, ninguém está excitado. Ninguém é atraído por ninguém, ninguém tem tesão por ninguém.
Ao revisar um filme querido dos anos 80 ou 90, a geração Millenial e Geração X ficam assustados ao verem uma cena há muito esquecida de conteúdo sexual: a concepção de John Connor em “Exterminador do Futuro”, a cena em que Jamie Lee Curtis aparece com os seios à mostra em “Trocando as Bolas”, o boquete fantasmagórico em “Os Caça-Fantasmas”. Essas cenas não nos chocaram na primeira vez que assistimos. É claro que há sexo em um filme. Não é sempre assim?
A resposta é não mais — pelo menos, não quando se trata de blockbusters contemporâneos.
Foi nos contado que Tony Stark e Pepper Potts são um casal, mas não é mostrada nenhuma química sexual ou romântica entre as personagens nos filmes. Mulher-Maravilha e Steve Trevor mostram uma total falta de química sexual para nos convencer de que um deles estaria sedento o suficiente para comandar o corpo de uma vítima de coma (como fizeram em Mulher-Maravilha 1984), para que assim, tenham uma transa póstuma. Por conta da mitologia nórdica, o Thor de Chris Hemsworth sorri para Natalie Portman que nem um golden retriever burro, sem ao menos esbanjar que deseja rasgá-la com seu martelo, digamos. Não que a competição seja melhor também. Apesar das acusações de ser um símbolo incel, é o Coringa do Heath Ledger, não o assexuado e casto Batman de Christian Bale, que exala a maior energia sexual da Trilogia do Cavaleiro das Trevas.
E falando na inexplicável conjunta de obras vazias de sexo de Christopher Nolan — alguém já notou como é estranho, no filme “A Origem”, entrarem no nível mais profundo da subconsciência de um homem rico e não acharem NENHUM pesadelo psico-sexual edipiano envolvendo depravação degradante, mas sim… uma equipe de esquiadores?
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Não vamos fingir que a Antiga Hollywood também era um antro progressista para o corpo positivo. Desde que a partida da vampira devassa Theda Bara da tela, os atores sempre tiveram que passar por extremos para manter uma certa aparência. Rita Hayworth passou por uma maquiagem étnica (racista) para parecer ser mais branca do que era, com o objetivo de conseguir mais papéis protagonistas. Estrelas dos anos 20 limitaram seu consumo de água para 2 copos ao dia, para evitar peso. Jane Fonda teve bulimia severa no alto de seu status de símbolo sexual, assim como Marlon Brando.
“Snake Plissken não transa em cena, mas sua personagem irradia uma surpreendente energia sexual dominante”.
Mas os filmes antigos ainda possuem corpos e rostos humanamente reconhecíveis — corpos que poderiam ser tidos por uma pessoa simples, sem a ajuda de um time de personal trainers, nutricionistas, chefs particulares ou farmacêuticos.
Nos filmes dos anos 80 e 90, os protagonistas eram bonitos sim, mas ainda humanos. O Snake Plissken de Kurt Russell era um naco de homem, mas nas cenas em que aparece sem camisa, seu abdômen não é definido. Bruce Willis era lindo, mas ele está mais musculoso agora do que era nos anos 90, quando era taxado de sex symbol com frequência. E quando Isabella Rosselini se despiu em “Veludo Azul”, sua pele era pálida e seu corpo era mole. Parecia vulnerável e real.
E ainda assim, essas personagens transaram. Dorothy Vallens e Jeffrey Beaumant em “Veludo Azul” transaram. O Batman de Michael Keaton e a Mulher-Gato dominadora da Michelle Pfeiffer transaram. Kyle Reese e Sarah Connor transaram. Snake Plissken não transa em cena, mas sua personagem irradia uma surpreendente energia sexual dominante. E eu te desafio a encontrar algum filme popular com um momento tão tesudo e gay quanto a cena do solo de saxofone em “Os Garotos Perdidos”.
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Visto hoje, uma das cenas mais impactantes de “Poltergeist”, de 1982, não foi a do boneco do palhaço do mal ou a árvore-monstro, mas um momento calmo e afetuoso entre os pais. O pai — Craig T. Nelson careca e com barriga de chope — faz piadas sobre sua mulher estar usando um pijama desalinhado. Esta por sua vez, está fumando maconha e por estar chapada, caiu em risada com o marido. Finalmente, o marido se joga na cama e nenhuma personagem está glamurosa na cena, mas o relacionamento deles parece fogoso, vívido, carismático e real.
A casa parece real também. Há brinquedos e revistas jogados pelo chão, caixas de jogos de tabuleiro esperando para serem tocadas desde o último movimento. Quadros e fotografias nas paredes, os pais ainda nem conseguiram montar a casa. A cozinha pequena e fechada, as refeições são desleixadas e desorganizadas, como se espera que seja em uma casa com três crianças. Estão construindo uma piscina no quintal, mas não de enfeite. É um lugar para as crianças nadarem, para os pais fazerem festas e para o pai reconquistar a paixão em mergulhar. Na época, essa casa representava um ideal da riqueza estadunidense.
Compare ela com as casas dos filmes atualmente: cavernas massas estéreis com mobília minimalista. As cozinhas são de tamanho industrial e imaculadas, além de não conterem comida. Não há excesso, não há bagunça.
“Um corpo não é mais um sistema holístico. Não é o meio pelo qual experienciamos alegria e prazer. Não é uma casa para viver e ser feliz”.
No blog “McMansion Hell”, Kate Wagner examina precisamente porque essas aberrações em formato de casas gigantescas claramente odiadas são tão feias. Mais de uma vez, ela reitera o ponto que essas “McMansões” não foram construídas para serem casas. Mas sim, para serem investimentos a curto-prazo.
Kate escreve: “O interior dessas mansões foi projetado com o objetivo de reunir o máximo de vantagens a um custo baixo.” Esses benefícios existem para aumentar o valor de revenda da casa, não para torná-la um bom lugar para viver. Não há valor para o trabalho necessário em limpar e manter esses espaços. A suíte principal inclui superfícies rochosas intrínsecas que só podem ser limpas com uma escova de dentes; os tetos catedráticos na sala de estar aumentam a temperatura e os custos com ar condicionado são exorbitantes. O lustre na entrada principal da casa fica tão no alto que ninguém consegue trocar as lâmpadas, mesmo com uma escada.
O mesmo destino recai sobre nossos corpos. Um corpo não é mais um sistema holístico. Não é o meio pelo qual experienciamos alegria e prazer. Não é uma casa para viver e ser feliz. É uma coleção de benefícios: abdômen trincado, coxas separadas, a dobra na cintura masculina. E esses adendos existem não para fazerem nossas vidas mais confortáveis, mas para aumentar o valor de nossos bens. Nossos corpos são investimentos, que devem ser otimizados para nos trazer… o quê, exatamente? Algum senso vago de melhoria de vida? Uma vida sem responsabilidade é objetivamente melhor que uma com? Quando éramos crianças, sonhávamos em contar cada caloria e anotando cada passo?
Uma geração ou duas atrás, era normal que adultos se envolvessem em esportes não exclusivamente para se aperfeiçoarem, mas também como lazer. As pessoas dançavam por felicidade, casais socializavam usando tênis de corrida, crianças jogavam bola, na última ocasião, porque não tinham nada para fazer. Exercício solitário na academia também tinha um propósito social, maior do que moral. As pessoas treinavam para ficarem gostosas, atraírem outras pessoas gostosas e transarem com elas. Independente do motivo disso, o objetivo final era prazer.
Nem tanto hoje. Agora, somos ilhas perfeitas de autoconfiança e parece embaraçoso e co-dependente demais quando queremos ser tocados. Estamos fazendo as coisas por nós mesmos, porque nós, por causa de nada, desesperadamente queremos conquistar um padrão físico, definido por um outro invisível, em um escritório de seguros em algum lugar do mundo.
Os anúncios recentes de academias focam basicamente na capacidade de melhorar sozinho: seja o seu melhor. Crie um novo você. Nós não nos exercitamos, nós não malhamos. Nós treinamos e treinamos em programas de exercícios chamados, por exemplo, de Booty Bootcamp, como se estivéssemos preparando nossa bunda para uma guerra, para a Grande Guerra das Bundas. Não há promessa de intimidade. Assim como nossos heróis no Universo Cinematográfico da Marvel, assim como Rico e Dizzy e os outros soldados de “Tropas Estrelares”, estamos com tesão apenas para a aniquilação.
Um efeito colateral de restrição calórica que não é tão difundido é a perda de libido. Bodybuilders vivenciam isso quando embarcam em dietas radicais para rapidamente cortarem gordura, para que seus músculos apareçam nas competições; apesar de parecerem espécimes perfeitos de masculinidade, eles não sonham em mulheres, homens ou sexo. Mas sim, em hambúrgueres e batatas fritas. Muitas pacientes que sofrem de desordens alimentares perdem totalmente sua libido e até param de menstruar.
Quando um corpo recebe menos calorias, ele deve priorizar os sistemas essenciais de suporte à vida em vez de qualquer função não estritamente necessária para a sobrevivência imediata do corpo. o desejo sexual cai na última categoria. Um corpo que limita comida e aumenta a quantidade de exercícios acredita que está com fome, o que não é uma sensação boa de reproduzir.
Há algo mais puritanamente cruel do que valorizar uma ideia sexual que deixa a pessoa incapaz de gostar de sexo?
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Quando uma nação se sente ameaçada, ela se sente inchada. Alemães e Noruegueses ficaram obsessivos com auto aperfeiçoamento individual através de exercícios físicos na época de Napoleão. Cidadãos britânicos levaram sua Cultura Física a sério por volta do século 19, quando eles — e seu império — começaram a ruir. E o yoga, que hoje é praticada como uma forma de meditação e força, surgiu no Movimento de Independência da Índia, durante os anos 20 e 30.
O ímpeto desses movimentos não é o físico pelo prazer, para se aproveitar de uma beleza física. É competitivo. É sobre ficar mais forte para lutar contra O Inimigo, independente de quem ele seja.
“O ímpeto desses movimentos não é o físico pelo prazer, para se aproveitar de uma beleza física. É competitivo.”
Os Estados Unidos, claro, não são imunes a isso. O Teste Físico Presidencial surgiu no meio do século 20, depois de estudos publicados que diziam que as crianças estadunidenses ficaram para trás das europeias em testes de flexibilidade e calistenia atlética. A paranoia da Guerra Fria apenas escalou essa ansiedade, particularmente com o início da década de 80. “E se nossas crianças ficarem muito gordas para combater o comunismo?” A obsessão fundiu-se magicamente com o narcisismo boomer e deu luz à moda aeróbica.
E aí, chegaram os anos 90 e com ela, a queda do Muro de Berlim. e as roupas de spandex e testeiras se tornaram piada. Embora a América continuasse obcecada pela magreza, não era por causa da força. Duas coisas aconteceram na chegada do novo milênio que trouxeram de novo a cultura do físico.
A primeira delas foi em 1998, quando o Índice de Massa Corporal (IMC) aumentou seu padrão em alguns pontos. Formalmente, uma mulher com IMC de 27 e um homem com IMC de 28 seriam considerados acima do peso, mas o índice rebaixou o limite para 25 pontos para ambos os gêneros. Com isso, 29 milhões de estadunidenses instantaneamente se tornaram acima do peso sem ganhar uma grama. Sob novas diretrizes, os médicos poderiam prescrever remédios para dieta ou recomendarem cirurgias de perda de peso.
Um pânico de escala nacional floresce; manchetes sobre uma nova praga que pessoas gordas tinham, classificando seus corpos como bombas-relógio, destinadas à morte a se destruírem a qualquer momento. Filmagem de pessoas gordas andando pelas ruas em público mostrando somente o corpo abaixo do rosto para proteger suas identidades (e mais efetivamente, desumanizar) se tornou um produto padrão nos programas de notícia de TV, enquanto apresentadores robustos bradavam sobre a “Epidemia da Obesidade”. Curiosamente, nenhuma reportagem destas citadas mencionava a mudança do padrão do IMC.
O segundo evento, obviamente, foi o 11 de setembro.
O ataque às torres gêmeas e o Pentágono declarando uma Guerra ao Terror, fez com que a América imediatamente entrasse em forma física, porque precisavam vencer aquela guerra. A cultura militar de vangloriar as tropas estadunidenses pós 11 de setembro se adentrou no pânico sobre a obesidade, gerando um terrível bebê trincado. As academias de escolas públicas tiveram dias de exercícios militares, onde os estudantes praticavam-os com lançamento falso de granadas. George W. Bush adicionou um Desafio Físico Adulto no Programa Físico Presidencial. Na TV americana e britânica, uma nova onda de documentários e reality shows nos culpavam de sermos muito gordos para derrotar a Al Qaeda. “Honey, We’re Killing the Kids”, “Supersize Me”, “You Are What you Eat” (em que uma megera ossuda gritou para os britânicos que suas fezes não atendiam aos seus padrões exigentes), “The Biggest Loser”, onde treinadores magros gritavam para competidores gordos de uma maneira surpreendentemente semelhante à de um instrutor de treino estereotipado.
“A nova era dos músculos é ausente do erotismo dos filmes de ação dos anos 80”.
E músculos — gigantes, pulsantes, anabolizados — voltaram às telas. Mas essa nova era dos músculos é ausente do erotismo dos filmes de ação dos anos 80. Arnold Schwarzenegger mostrou sua bunda em “O Exterminador do Futuro”, Sylvester Stallone se despiu em “Rambo” e “Tango e Cash”, “O Grande Dragão Branco” mostrou mais do corpo de Jean Claude Van Damme que o de seu interesse amoroso.
Na maior parte das vezes, no entanto, os gostosos do cinema de hoje são comedidos. O Universo Cinematográfico da Marvel é estritamente PG-13 (14 anos), como se esperava de um produto da Disney. E mesmo no universo da DC, ainda há muito pouco de sexualidade humana. Quando os fãs de quadrinhos exigem filmes mais “maduros”, estão falando de violência gráfica, não de sexo. Eles surtaram quando apareceu a rola azul brilhante do Dr. Manhattan em “Watchmen”, e ainda não perdoaram o Joel Schumacher por colocar mamilos no bat-traje.
As estrelas de ação de hoje são bonecos de ação, não heróis. Esses corpos perfeitos existem apenas para sobrepujar os outros com violência. Para ter graça, precisa enfraquecer, para deixar seu time vulnerável e dar uma chance para o inimigo vencer, como quando Thor engordou em “Vingadores: Ultimato”.
Essa tendência cinematográfica reflete a cultura que a cerca. Antes da pandemia chegar, Millennials e Zoomers são menos sexualmente ativos que a geração anterior. Talvez estamos muito ansiosos sobre o Apocalipse, talvez estamos fudidos de grana para sair, tendo que viver com companheiros de quarto ou pais torna estranho o fato de trazer alguém para casa. Talvez há componentes químicos ferrando com nossos hormônios, pode ser até que não conseguimos aproveitar o sexo fora da cultura de estupro, criados sob a mensagem de que nossos corpos são uma sentença de morte de alguma nação, tenha aniquilado nosso entusiasmo em busca do prazer físico.
Desordens alimentares crescem com regularidade, no entanto. Ainda preparamos nossos corpos para lutar contra O Inimigo, e desde que estamos em guerra com um conceito abstrato, o inimigo é invisível e volátil. Para derrotá-lo, nossos corpos perdem a firmeza também.
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Mas há esperança.
Robert Pattinson é o próximo Batman, no filme que sairá em 2022. E gaba-se orgulhosamente de ter recusado malhar para o papel, apesar do choro dos fãs do herói.
Em uma entrevista feita no ano 2019 para a Variety, Pattinson disse: “Nos últimos 3 ou 4 filmes, eu tive uma cena de masturbação. Fiz em “High Life”, fiz em “Damsel” e fiz em “O Diabo de Cada Dia”. A única vez que reparei nisso foi na quarta vez, em “O Farol”.
Talvez ele seja o herói que precisamos.